Nesse ano precisamente no mês de outubro em que se comemorou
o dia do professor, recebi de uma amiga muito querida, um presente que me levou
as minhas memórias de quando fui alfabetizada.
Fiquei emocionada quando abri o presente e vi que era uma...
Acredito que muitos de vocês também foram alfabetizados com
essa Cartilha.
Sim, estou falando da famosa – Cartilha Caminho Suave de
autoria de Dona Branca Alves de Lima. E por essa razão gostaria de compartilhar
mais um pouco dela com vocês!
É uma obra didática, uma cartilha
de alfabetização, concebida pela educadora brasileira Branca Alves de Lima
(1911-2001), que se tornou um fenômeno editorial. De acordo com o Centro de
Referência em Educação Mário Covas, calcula-se que, desde 1948 quando teve sua
primeira edição, até meados da década de 1990, foram vendidos 40 milhões de
exemplares dessa cartilha.
Em 1995, a cartilha Caminho Suave
foi retirada do catálogo do Ministério da Educação, portanto, não é mais
avaliada, em favor da alfabetização que hoje está baseada no construtivismo.
Apesar de não ser mais o método
"oficial" de alfabetização dos brasileiros, a cartilha Caminho Suave
de Branca Alves de Lima ainda vende cerca de 10 mil exemplares por ano.
Método de alfabetização pela imagem
Em entrevista ao jornal Folha de
S. Paulo, em 1997, Branca Alves de Lima relatou que quando começou a lecionar,
em cidadezinhas no interior paulista, a prática pedagógica para alfabetização
se chamava "método analítico". Com o fim do Estado Novo, em 1945, as
autoridades do MEC chegaram à conclusão que o "método analítico" não
funcionava e estava superado, e deram liberdade didática aos professores.
Desde sua primeira edição, a capa conservou a imagem de duas crianças indo para a escola, percorrendo um caminho onde se observa ao fundo a escola como ponto de chegada. E por isso o nome foi atribuído “Caminho Suave”.
E foi observando a dificuldade de
seus alunos, a maioria provenientes da zona rural, que Branca Alves de Lima
criou o método que ela própria denominou "alfabetização pela imagem".
A letra "a" está inserida no corpo de uma abelha,
a letra "b", na barriga de um bebê, o "f" fica instalado no
corpo de uma faca, a letra "o", dentro de um ovo e assim por diante.
Especialistas em pedagogia
afirmam que "Caminho Suave" e "Sodré" (de Benedita Stahl
Sodré, autora da Cartilha Sodré) são os únicos métodos realmente brasileiros de
alfabetização em português.
O método da cartilha Caminho
Suave começa pelas vogais, forma encontros vocálicos e depois parte para a
silabação. O sucesso editorial seria devido ao fato de unir o processo
analítico ao sintético, facilitando o aprendizado.
Método Sintético
Obedece uma certa hierarquização,
vai da letra ao texto através da soletração e silabação.
Método Analítico
Esse método ganha maior
importância na década de 1930 com a ascensão da psicologia, quando a maior
ênfase é dada aos testes de maturidade psicológica.
Com o passar dos tempos, foram
surgindo cartilhas que misturavam o método sintético e o analítico, o que o
levou a ser chamado de Método Misto.
Podemos citar com exemplo, a cartilha Caminho
Suave, publicada em 1948 por Branca Alves de Lima.
Ernesto Garrido Netto (1941-2000)
foi o Executivo da empresa responsável pelas negociações com o governo da época
para introdução do método junto ao MEC. Em 1998 em uma declaração afirmou que o
método é o melhor, porém dada a falta de modernização caiu em desuso.
Ferramentas de apoio
A cartilha que alfabetizou 40 milhões de brasileiros, em 50
anos, ganhou ferramentas de apoio desenvolvidas pela educadora Branca Alves de
Lima. Eram cartazes, cartazetes, carimbos, baralhos e livros de exercício na
década de 1980.
Um beijo e obrigado pela sua visita aqui no blog!!!